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Origem BDSM
Aí está algo interessante. Muitas pessoas praticam bdsm, mas quase ninguém sabe a história, as origens do bdsm. E ao contrário de que alguns possam pensar Marquez de Sade não “inventou” o bdsm.
 A origem exata do bdsm é incerta. Durante o século IX a.C, rituais de flagelação eram praticados em Esparta, onde o culto de orthia, uma religião pré-olímpica era praticada. Uma das provas gráficas mais antigas de sadomasoquismo foi achada em um antigo cemitério etrusco. Dentro da tomba della fustigazione, do século VI a.C, dois homens foram retratados flagelando uma mulher com uma cane durante uma situação erótica.
 Outra referência de flagelação foi achada no sexto livro de sátiras do poeta romano Juvenal (1º e 2º século d.c), e outras referências foram achadas no satírico de Petrônio onde um delinqüente é chicoteado por prazer. Narrativas com anedotas relacionadas a humanos que desejavam ser amarrados, flagelados ou chicoteados como substituto de sexo ou parte de uma brincadeira erótica são encontrados até o século III e IV d.C.
 O kama sutra descreve quatro diferentes tipos de locais do corpo humano onde se pode bater durante o amor, para criar quatro diferentes tipos de prazer praticados pelos bottoms.
 As coleções de textos históricos relacionado a experiências sensuais dizendo que mordidas e beliscões durante atividades sexuais são jogos que devem ser feitos se feitos consensualmente, já que algumas mulheres consideram este comportamento prazeroso.
 Nesta perspectiva o kama sutra pode ser considerado um dos primeiros recursos escritos que tratam as atividades sado masoquistas e regras de segurança.
 Há registros de anedotas de pessoas sendo amarradas ou chicoteadas, como um prelúdio ou substituto de sexo durante o século XIV.
 O fenômeno medieval do amor da corte e a devoção escrava foi sugerida por alguns escritores como precursor do bdsm. Alguns recursos clamam que o bdsm como um comportamento sexual distinto originado no começo do século XVIII quando a civilização ocidental começou a legalmente categorizar e medicar o comportamento sexual.
 Há registros de bordéis especializados em flagelação por volta de 1769, e no conto de John Cleland, Fanny Hill, publicado em 1749, menciona cenas de flagelação.
 Outros recursos dão definições mais abrangentes, citando comportamentos parecidos com bdsm em tempos e culturas antigas, como flagelados medievais e rituais físicos de algumas sociedades americanas.
 Apesar de nomes como Marquez de Sade e Leopold Von Sacher-Masoch está ligado a este termo, sadismo e masoquismo, respectivamente, o estilo de vida de Sade não se encaixa no bdsm moderno de consensualidade. Idéias e imagens de bdsm também têm existido na cultura ocidental durante o século XX. Robert Bienvenu atribui as origens do bdsm moderno em três recursos, nomeados de “fetiche europeu” (1928), “fetiche americano” (1934), e “couro gay” (a partir de 1950).
 Outro recurso são os jogos sexuais dos bordéis, que são datados do século XIX. Irwing Klaw, durante a década de 50 e 60, produziu um dos primeiros filmes comerciais e fotografias com o tema bdsm (estrelado por Bettie Page) e publicou quadrinhos com John Willie e Eric Stanton.
 O modelo de Stanton, Bettie Page se tornou um dos primeiros modelos de sucesso na área da fotografia fetichista e uma das garotas pin-up mais famosas dos estados unidos. O autor e designer italiano Guido Crepax foi profundamente influenciado por Stanton, o que resultou no desenvolvimento de quadrinhos adultos na Europa na segunda metade do século xx. O termo “bdsm” propriamente dito, só tomou forma a partir da década de 80 com as manifestações sexuais, principalmente do movimento gay; e tomou força a partir da década de 90 com o boom da internet, em grupos de discussões como o alt.sex.bondage.
 Marquês de Sade
 Sonatien Alphonse François de Sade, o marquês de Sade, (paris, 2 de junho de 1740 — Saint-maurice, 2 de dezembro de 1814) foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava em um hospício, encarcerado por ordem de Napoleão Bonaparte, que se sentiu ofendido com uma sátira que o marquês lhe escrevera.
 De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (antigo regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.
 Além de escritor e dramaturgo, foi também filósofo de idéias originais, baseadas no materialismo do século das luzes e dos enciclopedistas. Lido enquanto teoria filosófica, "o romance de Sade oferece um sistema de pensamento que desafia a concepção de mundo proposta pelos dois principais campos filosóficos no contexto da frança pré-republicana: o religioso e o racionalista”. [1] Sade era adepto do ateísmo e era caracterizado por fazer apologia ao crime (já que enfrentar a religião na época era um crime) e a afrontas à religião dominante, sendo, por isso, um dos principais autores libertinos - na concepção moderna do termo.
 Em suas obras, Sade, como livre pensador, usava-se do grotesco para tecer suas críticas morais à sociedade urbana. Evidenciava, ao contrário de várias obras acerca da moralidade - como, por exemplo, o"princípios da moral e legislação” de Jeremy Bentham- uma moralidade baseada em princípios contrários ao que os "bons costumem" da época aceitavam; moralidade essa que mostrava homens que sentiam prazer na dor dos demais e outras cenas, por vezes bizarras, que não estavam distantes da realidade.
 Além de patrono do surrealismo, Sade é considerada um dos pioneiros da revolução sexual, com suas idéias libertárias e permissivas, e um dos primeiros a ter uma visão moderna da homossexualidade, pois defende a existência de diferentes orientações sexuais para a humanidade.
 Em os 120 dias de Sodoma, chega a satirizar o predomínio do pensamento heterossexual e a milenar condenação à morte de comportamentos considerados desviantes: no romance, ele inverte a situação e dessa vez humilha a heterossexualidade, que é punida com a morte pelas regras libertinas do castelo em que se realizam as excrementosas, sangrentas e incestuosas orgias, regadas a homossexualidade e sodomia.
 A obra de Sade, constantemente proibida, serviu de base para a psychopathia sexualis de Kraft-Ebing, que classificou as parafilias e incluiu nelas o sadismo, conceito que também seria muito importante para Freud e seus seguidores, como Melanie Klein, em cuja obra o termo sadismo costuma ser exaustivamente repetido. Hoje considerado um clássico maldito, pois passou quase trinta anos preso mais por suas idéias e por seu comportamento sexual do que por seus crimes, Sade só começou a ser valorizado pelos surrealistas, no começo do século 20.
 Na velhice, já separado de Renné, sua primeira mulher, mas, como sempre, preso por causa de suas idéias e de seu comportamento libertino, foi amparado pela atriz Marie-Quesnet, que se mudou com ele para o hospício de Charenton. Nessa época, sob o olhar tolerante de Marie-Quesnet, enamorou-se da filha de uma carcereira que tinha 14 anos quando o conheceu. Todos esses fatos estão rigorosamente documentados por Gilbert Lely, o mais importante biógrafo de Sade, compilador de suas cartas e autor do clássico 'vida do marquês de Sade'. Morreu aos 74 anos, amado por duas mulheres, com quem planejava produzir peças teatrais pornográficas quando um dia saísse do hospício.

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